No dia 1º de agosto de 2025, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram cerca de 6,5% em poucos minutos, encerrando o pregão com recuo de 6,85% e preço de R$ 18,35 . Até aquele momento, os papéis vinham operando estáveis, mas uma combinação de resultados de mercado e indicadores econômicos mudou totalmente a percepção dos investidores.
Principais fatores que impactaram BBAS3
Inadimplência recorde no agronegócio (15–90 dias)
Dados recentes mostram que a inadimplência nesse setor dobrou de 2,6% em março para 5,2% em maio.O aumento forçou o BB a elevar suas provisões para crédito em até 20% no trimestre, chegando a R$ 12 bilhões em provisão acumulada.
Lucro fraco e previsões suspensas
No 1T25, o lucro líquido ajustado foi de R$ 7,37 bilhões, 20,7% abaixo do mesmo período de 2024 e bem inferior às expectativas do mercado (~R$ 9,23 bi) . Com isso, o BB suspendeu suas projeções para o restante de 2025, aumentando a incerteza dos investidores.
Análise negativa de bancos e pressão técnica
Comentários sobre a Lei Magnitsky e sanções políticas em potencial também contribuíram para o desânimo nos ativos, embora o impacto principal tenha sido gerado pelos dados financeiros do banco.
Análise aprofundada: riscos e perspectivas
Inadimplência em foco
O JP Morgan estima que a inadimplência no agro dobrará em relação ao 1T, impactando ainda mais os resultados. Além disso, a Resolução 4.966/21 exige provisões mais robustas, aumentando os custos financeiros do BB.
Expectativa de safra recorde em 2025
Há sinais de recuperação: o Banco do Brasil espera, com uma safra recorde e normalização das margens, que a inadimplência se estabilize ao longo de 2025. A gestora reforçou seus controles internos e critérios de crédito para mitigar riscos futuros.
Plano Safra e crescimento moderado
O BB planeja destinar R$ 230 bilhões para o Plano Safra 2025–26 (crescimento de 2% em relação ao ano anterior) e projeta expansão de 5% a 9% na carteira de crédito agro.
Oportunidades para investidores e estratégias práticas
✅ Porque BBAS3 segue no radar
Apesar da volatilidade, o valor de mercado continua atrativo: investidores veem desconto político e elevado risco nas ações do BB, mesmo com fundamentos sólidos.
Com dividend yield acima de 7%, muitos consideram a queda do papel uma oportunidade.
🛠️ Estratégias para navegar o cenário atual
Acompanhe de perto os resultados trimestrais, especialmente inadimplência e provisões.
Analise a exposição ao agronegócio, considerando diversificação do portfólio.
Considere perfil defensivo: o BB ainda é uma instituição sólida, especialmente no crédito consignado.
Reavalie valuation e dividend yield diante do desconto: a volatilidade atual pode gerar ganhos no longo prazo.
Em resumo: as ações do Banco do Brasil (BBAS3) sofreram forte queda no início de agosto de 2025 por causa do aumento da inadimplência no agro, lucros abaixo do esperado e provisões elevadas. Apesar disso, há esperança com safra recorde, normalização de crédito e dividendos atrativos.